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Dilemas Éticos e Morais na Empresa

Foto do escritor: Xiko AcisXiko Acis

Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) já dizia que o conflito mais difícil não é entre o “certo e o errado”. O conflito mais difícil é entre o “certo e o certo”. Eu acrescento que o mais difícil mesmo é o conflito entre o “errado e o errado”, comum no dia a dia das empresas.


Essa ideia de Goethe é especialmente relevante no contexto empresarial. Nas organizações, os dilemas éticos e morais são parte intrínseca da tomada de decisões diárias. Às vezes, as opções que se apresentam não são simplesmente divididas entre o bem e o mal (dilemas éticos) ou entre o certo e errado (dilemas morais), mas entre alternativas complexas, cada qual com suas consequências. Em outros casos, quando a empresa não é nenhum um pouco virtuosa, os dilemas estão entre a escolha do “errado e o errado”(dilemas imorais) ou entre “mal e mal” (dilemas antiéticos), o que torna a existência da empresa um calvário.


Afinal, o que são os Dilemas Morais e Dilemas Éticos?

É muito comum a empresa chamar de “Dilema Ético” o que é um “Dilema Moral”. A confusão acontece por causa do não conhecimento dos conceitos corretos de ética e moral. Uma lástima que se arrasta por 60 anos.

Dilemas Morais

A moral trata do certo/errado com viés singular. Esse é o conceito correto e adotado por todos que têm repertório ético e moral.


Trata-se das regras e combinados existentes entre a empresa e seus stakeholders (sócios, colaboradores, fornecedores, clientes, governo, comunidade etc.). Esses combinados e regras se traduzem:

- Internamente: Política de Governança, Política de Compliance, Código de Conduta, Manual de Boas Práticas, Manual Anticorrupção, Documentos de Diretrizes Internas entre outros;

-Externamente: Leis e diretrizes municipais, estaduais e federais, normas de organismos que a empresa está submetida, norma sindicais entre outras.


Toda vez que a empresa (stakeholders) não cumprir os combinados, tanto internos como externos, ela é considerada Imoral. Simples assim!


Se a empresa quer seguir na moralidade ela deve, antes de não cumprir com uma regra/lei e/ou combinado, mover esforços nas instância competentes para modificar o que está definido e não está funcionando. Pegar atalhos imorais é o que acontece no dia a dia em virtude da complexidade das nossas leis e regras. Porém há muito reclamação sobre isso e pouca ação.


O que eu percebo no dia a dia é que as empresas preferem ser imorais do que lutar pela moralidade. Jogamos a toalha de forma muito rápida quando deveríamos “brigar mais” por regras mais justas e viáveis. Lembre-se: atalhos são sempre imorais quando eles ignoram os combinados.


Em resumo: cumprir com os dilemas morais é basicamente cumprir com as regras/leis existentes. Você pode não concordar com uma regra/lei existente. O caminho para modificá-la deve ser lícito e transparente. Não cumprir, além de tornar sua empresa imoral, torna também todos os colaboradores que nela habitam.

Dilemas Éticos:

A ética vai tratar do bem/mal com viés universal. Aqui olhamos, do ponto de vista da empresa, se ela está “fazendo coisas” que mais ajudam ela e o mundo ou o contrário.


Os dilemas éticos são mais complexos pelo tanto que ele abarca ou deve abarcar a priori. Se sua empresa contribui para um ONG que atua combatendo a fome em uma comunidade, com apoio de todos da empresa, e aparece um oportunidade de ajudar algumas crianças desta mesma comunidade na melhoria de educação com aulas de reforço, por exemplo, e sua empresa não dispõem de recursos para manter os dois projetos, o que ela deveria fazer?


Decidir o que fazer é uma tarefa difícil e que envolve muita reflexão ética para tomada de decisão. Não se trata apenas de orçamento. Trata também de futuro e suas consequências. As decisões passam pelo nível de repertório existente e a consciência ética de todos.


Imagine outra empresa com rejeitos altamente poluente ao meio ambiente e que precisam ser descartados. A empresa não tem estrutura para tratar disso e contrata um terceiro, pelo menor preço, que diz que vai “resolver” o “caso” dos rejeitos.


Delegar isso sem acompanhar e certificar-se que tudo está dentro da ”lei” (moral) e que todo o processo é ético, custará muito para a empresa que prefere “confiar” no terceiro e deixar o processo fluir naturalmente. Sabe o que vai acontecer né?


Lidar com esses dilemas éticos e morais requer uma base sólida de conhecimento ético e moral estruturado e profundo. As empresas devem estabelecer diretrizes claras e promover uma cultura ética e moral organizacional, que valorize a integridade, a consciência e a responsabilidade. A tomada de decisões éticas e morais não é apenas uma questão de escolher entre o bem/mal e o certo/errado; é também uma questão a considerar sobre as consequências de curto, médio e longo prazos e o impacto nas partes interessadas. Ser uma empresa que tem uma Postura Ética pera o mundo e uma ação moral não é e nunca será fácil. Mas é o caminho.

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